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O projeto para a indústria Brasilit Saint-Gobain em Seropédica se caracteriza fundamentalmente pela exploração das possibilidades arquitetônicas do sistema construtivo em steel-framing e pelo uso intensivo das condições naturais do sítio, na definição da implantação e na configuração das edificações. 

O conjunto ocupa o novo pólo industrial criado em Seropédica em função da construção do anel rodoviário metropolitano do Rio de Janeiro. Além das áreas de produção, de estoque e expedição, o trabalho de recomposição paisagística criou uma área de preservação e outra de reflorestamento.

A edificação principal é configurada pelo conjunto de sheds longitudinais, definido pelo processo de produção, com gabarito alternado de maneira a oferecer ampla ventilação e iluminação naturais. Tal situação, além de representar redução no consumo energético, vem de encontro às necessidades da fábrica, especializado na produção de telhas e de chapas planas em fibro-cimento, material fundamental do sistema construtivo empregado. Por esta condição primordial, a arquitetura proposta é uma auto referência às funções desempenhadas pelo conjunto edificado.

A arquitetura assume, dessa forma, a condição de protagonista em relação ao conhecimento e a evolução do sistema construtivo, não se limitando apenas ao papel de fechamento, pelo contrário, ele é a própria materialização da expressão estética edificada. Dessa forma, a Brasilit Saint-Gobain de Seropédica cumpre o papel de comunicar, demonstrar e, principalmente, desenvolver soluções e inovações de uso, baseadas no potencial dos materiais produzidos pelo grupo Saint-Gobain.

A estrutura metálica está fortemente marcada em todas as fachadas do conjunto. Quando possível, sua presença é ainda valorizada pelo fechamento em vidro, que destacam a transição entre os elementos estruturais e os painéis de fechamento, permitindo recuperar o módulo construtivo.

O sistema de sheds longitudinais se configura por diversos “prismas”, cada um desempenhando uma função específica do processo produtivo. O shed central, mais alto, possui duplo fechamento em venezianas translúcidas, permitindo o cruzamento da ventilação e da iluminação naturais, mecanismo favorável ao desemprenho do processo.

O prisma da fachada sul é o que permitiu maior número de soluções com as placas em fibro-cimento. Por estar menos exposto à insolação natural e permitir a captação do ar fresco ao longo de toda sua extensão, o fechamento é composto pelo jogo gráfico entre os módulos das placas, de venezianas produzidas com a própria chapa, pelo vidro e pela base de concreto.

Situação oposta ocorre na área de secagem do produto, próximo ao prisma da fachada norte, totalmente fechada, sendo mantida apenas a linha superior em venezianas translúcidas, que dão vazão ao ar quente.

As duas fachadas transversais, frontal e posterior, são resultado da dinâmica propiciada pela solução descrita acima, ou seja, apresentam a composição volumétrica entre os prismas, complementadas pelos detalhes de abertura dos acessos, sempre resolvidos com o melhor sistema construtivo.

O sistema construtivo foi explorado em todas as suas possibilidades. Isso pode ser observado na fabricação dos portões basculantes e de correr, além das portas e outros fechamentos secundários.

As estruturas auxiliares de apoio foram projetadas seguindo a dinâmica estrutural.

 

Ficha técnica do projeto

 

Ano do projeto: 2013

 

Ano da obra: 2015

 

Área do terreno: 98.352 m2

 

Área construída: 15.532 m2

 

Arquitetura: Claudia Nucci e Valério Pietraroia 

 

Colaborador: Cesar Sakon 

 

Calculista estrutura metálica: Luiz Vinicius Morelli

 

Proprietário: Brasilit Saint-Gobain

 

Gerente de projetos: Alexandre Vasconcelos Rodrigues

 

Gerente de projetos adjunto: Rodrigo Luís Campanhã

 

Execução da obra: Cegil Construtora

 

Fabricação estrutura metálica: Estrutel Estruturas Metálicas