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A Associação Cultural Videobrasil é uma instituição cultural que acolhe um acervo crescente de obras e publicações que essencialmente reúne obras do Sul geopolítico do mundo (América Latina, África, Leste Europeu, Ásia e Oriente Médio). Clássicos da videoarte, produções próprias e uma vasta coleção de publicações sobre arte. Este acervo vem sendo reunido desde a primeira edição do Festival de Arte Contemporânea Sesc Videobrasil, em 1983. Também abriga exposições, programas de filmes, seminários, oficinas, residências artísticas e laboratórios de criação e reflexão.

Este acervo agora se apresenta disponível ao público, em sua nova sede.

A nova sede da Associação Cultural Videobrasil , o Galpão VB, ocupa o mesmo antigo galpão na Vila Leopoldina porém com a inclusão de um amplo espaço expositivo. A nova casa acolhe as ações da associação voltadas à ativação permanente das obras do seu acervo e de artistas deste panorama internacional e assim inicia um novo ciclo de sua estória, mais inserido e presente no cenário das artes em São Paulo.

O antigo galpão industrial, construído inicialmente para abrigar um depósito, foi reciclado com intervenções singelas e de baixo custo. A principal intervenção consistiu em assegurar a máxima flexibilidade reaproveitando o potencial de um grande espaço aberto e versátil para as variadas atividades da Videobrasil.

A aparência geral foi mantida em seu estado original, com a rusticidade característica da construção em pré-moldados de concreto.

As paredes do espaço expositivo foram revestidas até a altura de 4,20m, com uma massa mais lisa, pintadas de branco para suportar as exposições e projeções. Acima desta altura “civilizada” os elementos de concreto encontrados foram mantidos em seu estado bruto, sem nenhum tratamento. Um grande grid metálico está suspenso, em altura adequada de 5,50m sobre a área expositiva para suporte das instalações e iluminação, permitindo uma flexibilidade total para as variadas instalações frequentes nas exposições do Videobrasil.

Os escritórios e setores administrativos do Videobrasil estão alojados em uma estrutura interna pré-existente, em dois pavimentos. Na parte superior estão as áreas de trabalho da equipe. Sob este volume, estão alojadas áreas de guarda do acervo, uma biblioteca com 3200 títulos e uma videoteca com 1300 itens que ficam disponíveis para leitura e consulta dos visitantes e também uma sala para projeções mais frequentes. Todos estes espaços ficam contíguos e abertos à grande área das exposições.

O galpão VB ainda conta com um café para os visitantes, instalado em uma construção localizada no fundo do conjunto.

Uma pequena loja de produtos e edições ligadas às atividades do Videobrasil, localizado na varanda lateral da entrada, foi especialmente projetada. Pensada como uma caixa de madeira de aproximadamente 3x2m, construída com tábuas de madeira de reflorestamento, esta caixa se abre em três laterais, através de portas/estantes e pequeno balcão, transformando-se em uma pequena loja durante o período diurno de abertura do Galpão VB. À noite, estes painéis recolhem-se em seu formato caixa, protegendo devidamente seu conteúdo.

O grande recuo da frente, com 10 m, originalmente um pátio de manobras do antigo galpão, foi transformado em um jardim, alojado em grandes caixas de alvenaria com terra fértil sobre o piso existente. O desnível da doca de carga e descarga do galpão com este pátio/jardim foi atenuado com uma arquibancada e escada em deck de madeira. Desta maneira toda a frente do galpão pode-se abrir em grandes portas de enrolar, permitindo a ligação com o jardim, espaço disponível para apresentações e eventos ao ar livre.

Arquitetura: Gui Paoliello

Localização: Vila Leopoldina, São Paulo – SP, Brasil

Área: 1.345 m²

Ano do projeto: 2014 - 2015

Colaboradores: Raquel Migueis Gonçalves e Paulo Victor Almeida

Gerenciamento da obra: Antonio Skaf (Ecco)

Coordenação em Canteiro: Gustavo Medlam

Projetos Estruturais: Osmar Baptista Antunes (OBA)

Instalações Elétricas: Eletro Técnica Nissei

Execução da obra civil: NRC Construções e Reformas

Iluminação: Pedro Farkas

Paisagismo: André Paoliello

Marcenaria: Roberval Layus, Marcenaria Segmento e Luiz Augusto de Alencar Gonçalves (GUGA)

Grid de iluminação: Cinecidade Locações e Produções