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Demos o nome de Casa de Trabalho Yucca desde o momento em que pensamos na construção de um espaço que servisse de abrigo a várias empresas ou profissionais autônomos que tivessem em comum o desejo de trabalhar perto de casa num ambiente com cara de casa. A partir daí, juntamos materiais que lembrassem esse clima: a pedra portuguesa no piso, ladrilhos hidráulicos, muita madeira, uma escada leve, quintal com jardim, tudo inserido num quarteirão de bairro com criança brincando na rua e praça a dois quarteirões.

A Yucca habita nosso imaginário porque em Ibiúna, onde temos casa, existem milhares de ninhos de maritacas nos arbustos de Yucca e não são simples ninhos, são verdadeiros condomínios, bem dentro do conceito do que sonhávamos fazer com essa casa de trabalho.

Plantamos uma Yucca no quintal da Joana, a ceramista que ficou com o conjunto 04, prá fixarmos o referencial de partida das ideias.

 

o terreno

O terreno que encontrei na região da estação Vila Madalena, estreito e longo, voltado para a região dos bairros de Sumaré e Pompeia, tem um aclive extremamente acentuado o que forçou à construção de 3 arrimos para amoldarmos a obra ao chão.

No projeto, estes arrimos deveriam festejar os “lances” que galgávamos do terreno e por isso separamos os revestimentos especiais para eles: ladrilho hidráulico ou pedra madeira no formato rachão marcando cada pavimento.

 

o córrego, a mina e as casas

O córrego da Água Preta passa pelo aclive e se junta a uma mina que fica próxima à escada da Casa. Este córrego hoje está 100% subterrâneo e se junta a outros córregos até desaguar no Tietê. Parte do projeto hidráulico prevê a utilização futura desta água para irrigação dos jardins, mas ainda não finalizamos esta etapa.

A existência do nível de água elevada no terreno nos levou a fundações profundas, acarretando cuidado redobrado com a vizinhança já presente há anos na rua.

Existem casas vizinhas com características de pequenas chácaras, durante o dia trabalhamos com galos cantando do outro lado da rua e nesta linha tínhamos que respeitar o perfil topológico da rua no momento de inserção da nossa casa. Altura, recuos, tudo devia estar num acordo com os vizinhos.

 

ladrilhos e concreto

O ladrilho hidráulico é um elemento marcante na obra, ele brinca com o símbolo da Vernare em diversas composições, respeitando a orientação de nunca inverter a “letra V” representativa do nosso símbolo torna-se o acabamento de dois dos três arrimos da casa. Por suas características e porosidade ele auxilia a conter e minimizar o respiro da terra por detrás destes arrimos.

O concreto aparente é o traço da arquitetura paulistana atemporal. Ele aparece nas estruturas e no bloco de elemento vazado do térreo, permitindo a dúvida na finalidade de uso da casa: será casa, será escritório?

 

inquilinos e coworking

Respeitamos as diferentes necessidades dos inquilinos, mas no geral os ambientes buscam a informalidade, desfrutando das estruturas aparentes ,dispensando o uso de forros contínuos e de alvenarias que bloqueiem os salões. Penso que a exceção maior esteja no térreo: a psicóloga necessitava de um conforto acústico mais apurado, daí a inserção do gesso como forro e das paredes de drywall reforçadas entre ambientes e parcialmente por detrás do elemento vazado da fachada.

A ceramista e o assessor de imprensa caminharam mais na linha dos interiores do escritório da Vernare, que ocupa o conjunto do primeiro andar. Aliás, a própria Vernare auxiliou os inquilinos com a ocupação e os interiores.

Também era premissa fazer da casa um espaço de experiência de coworking onde todos pudessem usufruir dos melhores ambientes de copa e sala de reuniões, sendo que ambos ficaram no espaço de “porão” da Vernare.

E isso vem ocorrendo, aumentando a sensação de integração dos andares e das pessoas numa convivência quase “doméstica”, nosso principal objetivo com a casa Yucca.

 

Ficha técnica de projetistas:

Arquitetura e gerenciamento: Vernare Projetos Ltda

Equipe: Maria Inês Jabur Zemella, Luciano Soares de Oliveira, Kelly Floreste

Estagiários: Luana Broner, Julia Jabur Zemella, Gustavo Stehling

Desenho do mural: Julia Jabur Zemella

Estrutura, hidráulica e elétrica: RM6 Engenharia

Luminotecnia: Vernare Projetos

Fundações: Constrauss

 

lista de fornecedores:

Cobertura: Cerâmica Taguá

Piso conjunto Vernare: NS Brazil

Esquadrias: Brás Real Esquadrias & Madeiras

Marcenaria: Labry Móveis

Vidros e cobertura de vidro: WRahal Vidros

Ladrilhos Hidráulicos : Rochbeton